segunda-feira, 18 de maio de 2009
Hoje debruçar-me-ei, basicamente,sobre os acontecimentos que envolvem o Benfica mas, em associação, ligam-se ao futebol português e, em última análise, à sociedade portuguesa.
Ao longo da época 2008/2009, o Benfica obteve vantagem, por erros de arbitragem, em dois jogos; concretamente no jogo com o Sporting C. de Braga, realizado no Estádio da Luz, para a Liga Sagres, e no jogo com o Sporting C. P. no jogo final da taça da Liga.
Sobre estes acontecimentos, a imprensa escrita e audiovisual utilizou um espaço inexplicavelmente longo dos blocos informativos e de opinião. Mais, foram notícias de referência na imprensa escrita e nos blocos informativos dos canais televisivos.
Curiosamente, ou talvez não, nas múltiplas vezes em que o Benfica foi claramente afectado por erros de arbitragem com consequências gravemente lesivas, quer no plano da estrutura desportiva quer no plano de gestão financeira da S.A.D., a imprensa, impávida e serena, manteve-se “ausente” com pequenos e moderados comentários aos erros dos árbitros.
Isto reflecte, inequivocamente, uma flagrante dualidade de critérios por parte da imprensa o que a torna notoriamente tendenciosa. Pior, desavergonhada. Basta, para o demonstrar, observar a forma despudorada com que são difundidas notícias falsas ou não confirmadas o que as torna, no mínimo, duvidosas. São notícias sobre intenção de aquisição de jogadores, de substituição de treinador, de atritos entre presidente e director desportivo, etc., etc., etc., com o objectivo implícito de gerar instabilidade no clube e suscitar animosidade e focos de agitação entre a massa adepta.
É esta a imprensa que temos. De qualidade duvidosa (e estou a ser muito benevolente) com demasiados maus profissionais, sem a mínima formação nas áreas que comentam, com grandes insuficiências na utilização da língua portuguesa e com flagrante falta de isenção.
A motivação para elaboração deste texto centra-se no facto de me sentir desapontado com o que “vemos, ouvimos e lemos…” mas não podemos ignorar que o importante é decidir com a convicção de estar a agir correctamente. Se a minha opinião ajudar, deve manter-se o plano estabelecido pois a sua interrupção será mais um passo atrás na projecção do futuro do S.L.B.
segunda-feira, 4 de maio de 2009
25 de Abril sempre!
Lemos notícias nos jornais, ouvimos na rádio, assistimos à sua divulgação na televisão…
E pensamos estar assistindo a um qualquer filme de ficção ou, simplesmente, a permitir que a nossa imaginação nos conduza, traiçoeiramente, por caminhos escabrosos, diferentes dos que devem conduzir a comportamentos correctos de quem vive em sociedade.
Mas olhamos em redor e verificamos que não é sonho (ou melhor, pesadelo) nem fantasia cinematográfica. São situações reais. ALEGADAMENTE aconteceram.
Sobre esses temas pronunciar-me-ei oportunamente.
Hoje, limitar-me-ei a um “grito de revolta” traduzido nas palavras que escreverei de seguida.
Completaram-se, há poucos dias, trinta e cinco anos da REVOLUÇÃO DOS CRAVOS, o 25 de Abril de 1974.
Acontecimento histórico mais importante da vida dos portugueses vivos e de muitíssimos que já partiram, mereceu dos órgãos de comunicação social, designadamente canais televisivos, uma profunda indiferença. A RTP, canal público (e, como tal, suportado pelo nosso erário) limitou-se a transmitir um programa pouquíssimo cuidado salvo apenas por algumas interpretações de enorme qualidade (foram cardos que se transformaram em cravos vermelhos como cantou Aldina Duarte). Grato a esses intérpretes, lamento o desinteresse dos “responsáveis” deste canal. De interesse apenas a recuperação de programas anteriormente editados e exibidos no canal RTP Memória nesse dia 25 de ABRIL. Muito, muito pouco.
A indiferença dos outros canais não surpreende. O importante para esses é, objectivamente, fechar “as portas que Abril abriu” e as “janelas” serem utilizadas em exclusividade para servir os seus interesses particulares.
Sobre a Revolução dos Cravos, as portas que Abril abriu e a forma como vão sendo fechadas, falaremos posteriormente.
terça-feira, 24 de março de 2009
Intuição e convicção, que diferença!!!
Nos últimos dois dias, a comunicação social manteve acesa a discussão sobre um erro de arbitragem verificado no jogo da final da taça da Liga de Futebol Profissional disputado na noite de sábado passado. Jornais fizeramm títulos de primeira página e canais televisivos notícias principais dos seus blocos de notícias com este tema.
Sobre ele também tenho opinião e “opinião também tenho” sobre a sua excessiva utilização.
Antes porém quero dar a conhecer que gosto muito deste desporto. Joguei futebol, embora em escalões secundários, tenho formação como treinador tendo feito todo o percurso até à acção de formação final que concluí com aproveitamento elevado (passe a imodéstia) juntamente com, entre outros e apenas como referência, Manuel Cajuda, Fernando Santos, Alberto Costa, Jorge Jesus, Amílcar, Romeu, Mário Wilson Júnior; fui árbitro, amador, de futebol de salão; e sou adepto do S. L. Benfica.
Sintetizando: não houve, de facto, grande penalidade. O lance teve, de facto importância decisiva no resultado final.
Estes dois factos são, porém, circunstanciais. O árbitro, senhor Lucílio Batista confirma, após ter visto o lance através da televisão, que errou (utilizou, segundo a imprensa duas expressões diferentes: “Penálti por intuição” e “Na altura, foi com cem por cento de convicção de que estava a agir correctamente”). Intuição e convicção – aqui reside toda a diferença. A palavra mais usada pela comunicação social foi intuição e o que se verificou, decerto, foi convicção, ou seja, ele teve a “certeza” de que tal havia acontecido (não teve oportunidade de confirmar através da televisão). Se tal fosse possível não teria decidido contra o clube que, dizem os vizinhos (refere a imprensa) é o da sua simpatia.
Acontece que, se tivesse oportunidade de esclarecer dúvidas através de meios tecnológicos e porque, acredito, seja uma pessoa honesta, teria decidido de forma diferente, antes e depois desse lance, e com consequências imprevisíveis.
Pelo conhecimento que a minha experiência nesta área me proporcionou, direi que, quem tem a responsabilidade de arbitrar um jogo de futebol está sujeito ao erro mas nunca deve decidir por intuição mas sim por convicção.
Deste erro, grave é certo mas não grosseiro resultaram, entre outras duas situações que me chocaram particularmente: a reacção intempestiva do jogador “injustiçado”, de certo modo compreensível nos momentos imediatos mas muito menos aceitável quando da entrega das medalhas (e por estes actos decerto será punido) e a atitude deplorável do senhor João Braga, comentador na estação televisiva SIC, num programa que até não é desportivo, em que disse que o jogador não deveria atirar a medalha ao chão mas sim à cara do árbitro. Será que este senhor vai continuar comentador da SIC?
Mas o que mais me preocupa é a forma despudorada com que os órgãos de comunicação social utilizam estas “banalidades” transferindo para segundo plano situações de muito maior importância para a sociedade. Fica-se com a sensação, incómoda do regresso ao passado fascista quando o futebol era utilizado, sem culpa própria, para encobrir as acções inaceitáveis do regime.
Sobre ele também tenho opinião e “opinião também tenho” sobre a sua excessiva utilização.
Antes porém quero dar a conhecer que gosto muito deste desporto. Joguei futebol, embora em escalões secundários, tenho formação como treinador tendo feito todo o percurso até à acção de formação final que concluí com aproveitamento elevado (passe a imodéstia) juntamente com, entre outros e apenas como referência, Manuel Cajuda, Fernando Santos, Alberto Costa, Jorge Jesus, Amílcar, Romeu, Mário Wilson Júnior; fui árbitro, amador, de futebol de salão; e sou adepto do S. L. Benfica.
Sintetizando: não houve, de facto, grande penalidade. O lance teve, de facto importância decisiva no resultado final.
Estes dois factos são, porém, circunstanciais. O árbitro, senhor Lucílio Batista confirma, após ter visto o lance através da televisão, que errou (utilizou, segundo a imprensa duas expressões diferentes: “Penálti por intuição” e “Na altura, foi com cem por cento de convicção de que estava a agir correctamente”). Intuição e convicção – aqui reside toda a diferença. A palavra mais usada pela comunicação social foi intuição e o que se verificou, decerto, foi convicção, ou seja, ele teve a “certeza” de que tal havia acontecido (não teve oportunidade de confirmar através da televisão). Se tal fosse possível não teria decidido contra o clube que, dizem os vizinhos (refere a imprensa) é o da sua simpatia.
Acontece que, se tivesse oportunidade de esclarecer dúvidas através de meios tecnológicos e porque, acredito, seja uma pessoa honesta, teria decidido de forma diferente, antes e depois desse lance, e com consequências imprevisíveis.
Pelo conhecimento que a minha experiência nesta área me proporcionou, direi que, quem tem a responsabilidade de arbitrar um jogo de futebol está sujeito ao erro mas nunca deve decidir por intuição mas sim por convicção.
Deste erro, grave é certo mas não grosseiro resultaram, entre outras duas situações que me chocaram particularmente: a reacção intempestiva do jogador “injustiçado”, de certo modo compreensível nos momentos imediatos mas muito menos aceitável quando da entrega das medalhas (e por estes actos decerto será punido) e a atitude deplorável do senhor João Braga, comentador na estação televisiva SIC, num programa que até não é desportivo, em que disse que o jogador não deveria atirar a medalha ao chão mas sim à cara do árbitro. Será que este senhor vai continuar comentador da SIC?
Mas o que mais me preocupa é a forma despudorada com que os órgãos de comunicação social utilizam estas “banalidades” transferindo para segundo plano situações de muito maior importância para a sociedade. Fica-se com a sensação, incómoda do regresso ao passado fascista quando o futebol era utilizado, sem culpa própria, para encobrir as acções inaceitáveis do regime.
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